sábado, 25 de dezembro de 2010
Publicação de livro de contos
Grandes beijos e Feliz 2011 para todos nós!!!
Ivna Alba
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
O primeiro dia, os tantos textos...
E para falar um pouco mais de música - tenho que tomar cuidado para não tornar este blogger um aparato para soverter minha frustração de musicista - falemos da trilha do filme O primeiro dia.
Nessa música, Jaques Morelenbaum, um dos Mestres dos Magos da música brasileira acompanha, na regência, o Antônio Pinto (outro MdM).
Sim, o filme é brasileiro e tem no elenco Fernanda Torres e Luiz Carlos Vasconcelos, com direção de Walter Salles.
Como uma manteiga assumida, chorei horrores no final, mas o mais importante desse filme, é a trilha sonora e a pressão e/ou despressurização que o enredo te leva do meio para o final do longa. Não espere um grande cenário, figurino ou coisa que o valha, pois não encontrará. Ele tem o que importa: história bem amarrada, elenco mais que competente, direção que sabe o que quer e faz e a música... Ah, a música!
Ao som dela eu já produzi inúmeros textos e não deixo de imaginar milhares de personagens ao ouvi-la.
Liguem suas caixas de som, acomodem-se na melhor posição da poltrona ou cadeira e aproveitem!
Como diria meu amadíssimo, mas infelizmente já falecido, Artur da Távola:
- Música é vida interior e quem tem vida interior, jamais padecerá de solidão!
Ivna Alba
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Toquinho faz show abordando mundo infantil
Dia 12 de outubro deixou de ser para mim um dia tão azul, entretanto isso faz parte da vida.
Talvez seja uma visão muito dura, achar que se passamos da fase pueril a existência será eternamente um vale de lágrimas. Bem, não penso mais assim. Confesso que já pensei muitas vezes...
Ainda devemos e é fundamental que conservemos essa réstia de alegrias e conversas bobas, para que a imaginação nunca deixe de fluir. E porque não lançar mão disso, através da música?
Pessoas que conheço de minha geração e de outras mais atrás tiveram o gosto de crescer ouvindo: Os Saltimbancos, A arca de Noé e por aí vai...
Um dos artistas que mais admiro, e sempre vou fazê-lo, é Toquinho.
O Sesc de São José dos Campos, dia 12, às 16hs dará a oportunidade dos adultos reviverem um pouco mais dessa fantasia infante e levar às novas gerações o conhecimento de um mundo da música voltada para o público infantil.
Toquinho no Mundo da Criança é o nome do show especial do cantor e compositor, eternizado por suas parcerias com Vinícius, Tom Jobim, Chico Buarque, Maria Creusa e tantos outros grandes nomes da música brasileira.
Acesse:
Informações do show
Opium day
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Missa Solemnis
Em épocas distantes fui uma criança católica apostólica romana, cresci e tornei-me uma adolescente revoltada com os anjos e santos, esbravejando impropérios contra uma cristandade hipócrita, dogmas intangíveis e a beleza do sangue que escorria pelos espinhos e o pesado madeiro, que se sobrepunha a minha cabeça.
Surgiu-me a História da Feiúra, e muito antes dela, a dúvida. E, digamos, que não muito longe de ambas, apareceu-me a dicotomia entre o bem e o mal.
Nietzsche dissolveu minhas dúvidas e levou-me a conhecer à aurora do homem, o que não condeno, mas não admiro na obra platônica: sua caverna.
Eis que Beethoven me pôs em xeque-mate, ao ouvir, de novo e recentemente, sua Missa Solemnis!
A primeira vez que ouvi senti-me tão elevada, que chorei. Precipitou-me não uma lágrima qualquer, mas uma dor e uma alegria do mundo inteiro, e pus a música em modo "repetir", para ter a certeza de que não seria um estado que vai e vem, mas algo constante. Meu rei veio abaixo diante os peões, bispos, cavalos e rainhas do compositor.
Lembrei-me: era surdo!
Ouvi: é dor e êxtase, gozo e júbilo.
Como a estética há de explicar tal obra, eu não sei, mas entendo-a como uma das composições mais perfeitas e sublimes de toda humanidade, onde pode não se encontrar um bem ou um mal, mas toda uma conspiração de vozes que encaminham a alma a um amplo e elevado lugar, onde há luz e entardecer humanos.
Faça em dó o que não fiz em si...
pura orquestração de sopros lépidos.
Nessa tua pele envernizada e nos entalhos de tua madeira
O gozo de roçar em tuas madeixas metálicas.
Ah, esse cheiro em modo menor...
Lasciami maior!
Largo em mil beijos,
tua dor em rallentando...
Ivna Alba
E essa vida em patchwork
qualquer de uma cidade erguida:
concreto e falsidade.
O protótipo humano
envolto em papelão e umidade.
Um louco qualquer,
em loucura e santidade,
gritando e rosnando...
Essa cidade, o medo, a humanidade.
Hei de morrer, embolorado, até amar-te, até viver.
Ivna Alba
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Chora pião
sábado, 14 de agosto de 2010
Esconde-esconde
- Provavelmente, isso vai acontecer.
- Mas, te esforça um pouco ao quase.
- Hei de ver teu pranto. Mesmo que pouco e tão logo se muito, quero vê-lo!
- Esse teu sadismo doentio nunca envelhece?
- Nunca definhará a teus pés, maldita!
A aurora dobrou-se em mil centelhas de luz, quando partiu, e do seu pranto que desenhava serpentinas transparentes, ele nada viu.
Seu lenço sentiu as fagulhas de um incêndio que deixava de coexistir entre ambos.
Ivna Alba
terça-feira, 6 de julho de 2010
Ensaio do ato de negar-se
É difícil descobrirmos isso e quando nos damos conta, o nosso devir já está embalsamado naquela lacuna mais profunda das nossas memórias. E quanta infelicidade isso traz...
A pergunta básica, "Quem sou eu?", que muitas vezes não encontra resposta, também não a obtem, pois já não encontra a essência perdida pelo mesmo ato de negar-se.
As vezes, mais vale uma liberdade sozinha, que outra conjunta.
Acredito, que ao sentir essa vontade de potência que ressurge em nosso âmago, essa vontade de sentir-se livre das negações a nós mesmo, é a hora de partir. É a hora de dizer adeus, sem desculpas, nem remorsos e corações repletos de esperanças saudáveis.
Por que vale a pena ser feliz consigo mesmo e nunca negar sua essência e suas opiniões!
Tom Jobim cantou: amor em paz.
E desejo a solidão em paz!
Ivna Alba
sábado, 3 de julho de 2010
Eu sou contra!
Até onde sei, isso se refere ao modelo antigo de demanda profissional, onde cada um tinha sua formação e nem precisa de pós-graduação e, as vezes, um técnico já contava. Todos se formavam, prestavam um concurso público - bem menos concorrido - passavam, ou se engajavam em empresas privadas e trabalhavam em um só ofício, até que a merecida aposentadoria chegava, batia-lhe a porta e eram felizes para sempre, até que a morte os separasse.
O que eu vejo, hoje em dia, são pessoas que se formam - muitas mesmo não tem o privilégio de passar por uma universidade e outras não se interessam - entram numa pós-graduação, em certas ocasiões em áreas diferentes das que se formaram e lutam horrores para entrar no mercado de trabalho. Hoje, o profissional é aquele que tem uma múltipla faceta, de entender o que faz, ampliar seus horizontes em outras áreas, tendo muitas vezes que trabalhar em algo que não tem uma formação específica, mas que segue o rumo com suas outras inúmeras aptidões.
Entendo isso por exigências de mercado. Por exemplo, um fulano que trabalha com exportações e importações, tem que entender milhares de outros assuntos e se tiver um curso em direito, sociologia e até mesmo filosofia, melhor ainda. Não é só a economia que gira seu mundo.
Por que, então, um jornalista não pode fazer artes, escrever, trabalhar com cinema e teatro, além de redigir matérias e fazer entrevistas como seu projeto solo?
Entendo isso como um profissional que almeja cada vez saber mais e querer dar mais ao mundo em que vive.
Se esse não é nosso foco de trabalhadores, então, não sei mais o que é.
Ivna Alba
sábado, 26 de junho de 2010
Inverso
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Já me fiz de sua pele
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
segunda-feira, 10 de maio de 2010
sábado, 8 de maio de 2010
Os passos
quinta-feira, 6 de maio de 2010
A estátua de Árgona
sábado, 3 de abril de 2010
O Brasil e a educação
quarta-feira, 31 de março de 2010
Jesus morreu!
segunda-feira, 8 de março de 2010
Tudo tem um quê de querer mais
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Abertura - "Calem o silêncio das paredes!"
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
C'est l'époque
Est-poisons personne.
Gouttes d'eau.
La douleur à s'estomper.
Le sang du coeur.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Ele
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Poema para uma menininha
Toda boca tem sua focinheira
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Ai, Isaura!
Isaura e suas unhas vermelho sangue, naquelas mãozinhas tão frágeis e apáticas, que tremiam sem forças até para segurar uma xícara de porcelana.
Quando ia para a missa aos domingos punha um vestido de flores de tons pastéis, muito esvoaçante, e corria para a beira da calçada, segurando o chapéu com as mãozinhas frágeis de unhas vermelho sangue.
Ai, Isaura!
Aquela anágua aparecendo sorrateiramente pela barra da saia do vestido de seda. Aquelas meias finas, de textura quase imperceptível, em meu tato, rasgando um gemido fino e um "ui!" de sua pequena boca cor-de-rosa... em meio a um entardecer... em meio a um desvanecer aturdida e absorto aos seios trêmulos e intactos de Isaura.
À noite, me vinha despida de vergonha e medo, enlaçava-me em beijos, carícias, sufocando meu mais profundo desejo em meio às coxas brancas e faceiras.
Isaura me traía, me comia, me despedia, me botava nu em lágrimas atrás da porta, e pela manhã não lembrava de nada, muito menos das juras que me tinha feito.
Eu, bobo, tolo de mim por completo, entrava em seu mundo e sempre caía nas suas mãos de unhas vermelho sangue.
Ai, Isaura!
Ivna Alba
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
É desse fel que sinto falta
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Cantalice
Aquela ponte elevadiça sugando seu corpo para o fundo do túnel, derramando aquele anseio, aquela vontade de potência, aquela onipresença, aquela espera por um não adeus. Para ela, era fato: vivemos para morrer. Ao menos, já havia decidido para que estavam todos, inclusive ela, no mundo. Ao menos uma resposta sã.
Cantalice subiu o quarto e último degrau do dia, adentrando apartamento, jogando as bolsas e remédios no canto escuro da sala, não só por mais uma noite, mas por toda a vida. Chegou à porta do quarto, abriu-a... Gemidos.
Os olhos embotados de lassidão, a respiração sôfrega, o desespero árduo de saber que na manhã seguinte, aquela penumbra continuaria a mesma. “Não se parta em duas, não se parta em duas”. Repetia baixinho, quase um sussurro, percebido apenas por sua consciência. Mas, como não se partir? Como não se antever em conjuntura frenética e ansiosa, diante tal quadro de voluntariedade e necessidade?
Não se deve quebrar os pontos! Não se deve entregar os pontos! Permanecer imóvel, estática e esperançosa. Era sua ação e coação durante os últimos dez anos.
Tudo começou na tarde de setembro, do dia vinte e cinco, quando irrompeu um grito e de lá, até aquela noite, sua vida tornara-se um brado único e violentado. Ela, justo ela, que sempre fora de risos e abraços, carinhos e afagos, deixara-se submergir em tamanha claustrofobia, que paulatinamente, fora se removendo em areia movediça, onde mergulhara os pés, pernas, tronco e sentia o ar passando por suas vias com complicações.
Ah, o amor! O que não fazemos pelo amor desmedido e censurado? Que forma de amar incondicional a prendera em passos furtivos e sombras? Toda a noite era a mesma forma de movimentos: sala, quarto, banheiro, cozinha, geladeira, álcool, copo, fumaça, lágrimas, faca, garfo, pratos, água, sabão, esponja, escorredor, banheiro, água, sabonete, toalha, cama e lágrimas sufocadas.
Da porta do seu quarto: gemidos!
Ivna Alba
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Não temos pão seco!
Não leia isso como revolta ou desabafo, mas como constatação.
Creio que já te aconteceu, caro leitor, alguma vez teres tentado ajudar alguém que precisava muito, mas por falhas de outrem, a culpa inteira caiu em cima de ti, como se quem tivesse assinado a criação do Holocausto fosse tua própria pessoa.
Ah! Isso, geralmente, ocorre comigo, mas decidi que essa será a última vez que me disporei a fazer algo por alguém.
A nossa ideologia de solidariedade, amor ao próximo e tudo que rodeia esse universo de boas ações é muito lindo. Nossa! Chego a encher meus olhos de lágrimas doces, ao encarar tamanha bondade. Entretanto, de quinta-feira, para cá, depois de receber no rosto tamanha ingratidão, estou decidida a me fechar mais uma vez.
Vamos encarar a realidade: o ser humano, abandonado, que recebe auxílio, mas ainda prefere a mão que lhe largou sozinho e arrasa com a pessoa que lhe estendeu a mão, possui no mínimo, inúmeros parafusos a menos.
Não, a pessoa não me pediu desculpas. Muito pelo contrário!
Pelas minhas costas ela me retalhou inteira; nem procurando saber o real motivo, pelo qual as coisas deram errado. Então, caríssimo ingrato, só posso dizer que seja muito feliz com sua produção ausente, com seus falsos amigos, que tenha muito prazer em fazer trabalhos que durarão mais de 16 meses para ficar prontos.
Seja muito feliz! E se por um acaso, precisar de alguém para ajudar a sair da enrascada, não conte comigo, porque "fiado", agora, só amanhã!
Eu não sei o que dói mais, se a ingratidão ou o fato de me culpar, ou ainda o não pedido de desculpas, bem como o falatório por trás, acabando minha imagem para outras pessoas. De qualquer forma, tudo magoa e dói muito.
Eu admirei, fiz o que pude e o que não pude! Fui amiga, fiel e sincera! Tratei bem, prestativa e leal!
Então, caríssimo ingrato, de hoje em diante, não temos pão seco!
Ivna Alba