segunda-feira, 23 de maio de 2011

O tempo, esse mascarado!


Fazia tempo que não me lembrava de ver meu envelhecimento através do repuxar da pele da mão. Quando era criança meu avô sempre me mostrava a diferença entre a dele e a minha, em seguida, sem perceber eu o fazia com a minha mãe, ao chegar em casa e isso, parecia o andar natural do processo cíclico da vida, mas também uma brincadeira maravilhosa. Isso, sem me trazer maiores perturbações incógnitas.
                Acho que há 21 anos, ou mais, eu não me via pensando sobre isso e executando em mim o raio-X do meu próprio envelhecer.
                Estanquei minha respiração. Talvez tivesse mais medo do envelhecer que da morte. Não saber o que se vai encontrar é menos traumático do que se ver mudar gradativamente e, pior, de forma silenciosa e astuta. Sim! O tempo era uma astuta fera tirana, usurpando pouco a pouco o brilho dos olhos, a cor dos cabelos, a vitalidade dos músculos, a velocidade da respiração e a elasticidade da pele.
                Não que vivesse agora em função desta engrenagem muda. Mas, o fato é que a cada suspiro a carne fremia e disputava uma corrida entre o tempo e a sabedoria.
                Verdadeiramente, restava-se a pergunta:
                - Reconhecer-me-ei diante do espelho, um dia?


Ivna Alba

domingo, 22 de maio de 2011

Tradutor

O espelho da minh'alma se refaz em teu ínterim, quando este se opõe em palavras...
Ah! Tão miserável é o gosto de minutos e nada mais.

Ivna Alba