sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ai, Isaura!

Ai, Isaura!
Isaura e suas unhas vermelho sangue, naquelas mãozinhas tão frágeis e apáticas, que tremiam sem forças até para segurar uma xícara de porcelana.
Quando ia para a missa aos domingos punha um vestido de flores de tons pastéis, muito esvoaçante, e corria para a beira da calçada, segurando o chapéu com as mãozinhas frágeis de unhas vermelho sangue.
Ai, Isaura!
Aquela anágua aparecendo sorrateiramente pela barra da saia do vestido de seda. Aquelas meias finas, de textura quase imperceptível, em meu tato, rasgando um gemido fino e um "ui!" de sua pequena boca cor-de-rosa... em meio a um entardecer... em meio a um desvanecer aturdida e absorto aos seios trêmulos e intactos de Isaura.
À noite, me vinha despida de vergonha e medo, enlaçava-me em beijos, carícias, sufocando meu mais profundo desejo em meio às coxas brancas e faceiras.
Isaura me traía, me comia, me despedia, me botava nu em lágrimas atrás da porta, e pela manhã não lembrava de nada, muito menos das juras que me tinha feito.
Eu, bobo, tolo de mim por completo, entrava em seu mundo e sempre caía nas suas mãos de unhas vermelho sangue.
Ai, Isaura!

Ivna Alba

Um comentário:

Gi Caipira disse...

Ueebaa!!
Isaura tinha alzheimer !!
\o/