terça-feira, 25 de agosto de 2009

E onde as idéias estão que não chegam?

Reclamo todo santo dia das idéias que me estão engasgadas, amordaçadas e entaladas na garganta como um bolo alimentar mal digerido e empancado no mesmo lugar.
E no caminho de ida e volta do trabalho eu me cobro:
- Chegar em casa vou escrever, vou terminar o romance, vou concluir a peça, vou finalizar aquele haicai!
Ou seja, vou vomitar você, maldita idéia errônea, que vaga em meus pensamentos e me deixa impaciente com seu atraso, retardo, mal gasto tempo incômodo!
E ela ri de mim. Caçoa várias vezes e continua lá: intacta, intocável, imóvel e irônica.
Ódio! Como fazer para destruir essa barreira imprestável da inexatidão das idéias que destoam na cabeça do escritor que nada mais quer da vida, a não ser pôr no papel suas vãs palavras desdobradas pelos sentimentos?
A resposta, ninguém sabe, ou ao menos, nunca disseram.
Peço, imploro, revolvo meu âmago em busca de ti, concreta idéia insana, que me apareças, mesmo que na surdina da madrugada e me visites.
Assim, quem sabe, descanso minha cabeça tranquila no travesseiro.

Ivna Alba

2 comentários:

Gi Caipira disse...

Um dia eu vou inventar um laxante de pensamentos !!
Assim nunca mais iremos ficar entaladas =D

Insigne disse...

me falta tanta eloquencia e sigo falando ...
compartilho da sua dor