sexta-feira, 28 de março de 2008

A pergunta que não quer calar

Porque se tem a impressão dessa vida ser uma constante e árdua bebida amarga? Porque se possui esse desgosto, de que os dias são sempre assim: desmoronando em pedras e perdas diante dos ombros?
E quando se vê tudo isso, observa-se que é chegada a hora de dizer adeus ao ato final. Constata-se que já foram dados tantos acenos de último momento. Olhe para a platéia - "Nossos espectadores já foram?" O diretor responderá que sim, com uma voz grave e baixa, quase sussurrada. "Os outros atores também já se deram por vencidos." - continuará a responder o que seus olhos não querem crer e você prefere não ouvir.
E em meio a gestos imersos em sombrias dúvidas, em tristes certezas, a palavras e frases incognoscíveis, você questionará a meia voz:
- O que eu fiz com meu espetáculo?

Ivna Alba

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