segunda-feira, 8 de março de 2010

Tudo tem um quê de querer mais

Dessa vez, procurarei não escrever ficção, muito embora eu prefira postar as imaginações, às minhas realidades.
Neste dia 08 de março só tive uma bagagem a mais de lágrimas, tristeza e raiva. Não quero guardar isso, mas não sei onde colocar. É frequente lermos em qualquer lugar, sobre o homem urbano estressado, como também é facílimo acharmos dicas de meditação, repouso mental ou os dez mandamentos para evitar o estresse. Talvez, esteja confundindo estresse com sentimentos, mas acredito que um gera o outro, inevitavelmente.
Sim! Se se sente raiva, é porque algo o contrariou, alguma coisa que esperava com muita alegria e você não pôde colher os louros da felicidade, gerando frustração, raiva, estresse e a velha frase: - E agora, José?
Sinceramente, eu não espero que nada seja de graça, porque nunca nada o foi, para mim. Mas, nos últimos tempos a minha carreira de Rei Silas vai de vento em popa. E penso em apelar, seriamente, para aquele banho de sal grosso, com muita arruda, brincos de pé de coelho, colar de figa, ferradurazinhas, trevos 8 folhas (porque de quatro, já ficou ultrapassado), enfim a mensagem foi transmitida.
Ando com um nó na garganta para tudo e qualquer coisa. As vezes, tento falar, entretanto as palavras não saem, as ideias não concatenam e o verbo fica preso. Tento chorar, porém não consigo e tudo trava.
Nesses momentos, eu lembro dos olhos do meu pai, ao se despedir de mim, em Curitiba. Hoje, eu entendo o que aqueles olhos azuis, por trás de lentes grossas tentaram me dizer, me falar, gritar, eclodir no espaço do eco, que o silêncio de nossos sentimentos produziam. Eu tive uma viagem de volta péssima, não preciso comentar. A viagem demorou mais que o esperado, a minha alma ficou lá no Paraná e meu corpo vinha para São Paulo. Hoje, me pergunto: - A troco de que?
Se saudade matasse, todos nós já estaríamos no além. Alguns outros, no limbo.
Pode ser desilusão, saudade, tristeza, infelicidade, frustração, muita coisa reunida num mesmo caldeirão, das bruxas que andam por aí.
Eu lembro daqueles olhos azuis e sei bem o que eles quiseram me dizer... Ou, meu pai! Tudo o que queria hoje, era um abraço seu.
O seu abraço de pai!

Ivna Alba

2 comentários:

Dominick Van Shelley disse...

Eu acredito que as mulheres sejam mais apegadas ao pai, pelo menos eu era, mas tive de aprender a conviver com sua ausência no decorrer dos últimos anos. Ele está em outra vida, e acredito que imerso numa paz que não experimentarei nesta vida humana.

Wagner Oliveira disse...

Pode ter certeza que farei. Vai ser um desses álbuns que só são reconhecidos depois de 50 anos.
Quanto comentário no mesmo texto, melhor eu postar um novo, logo.