quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ela, ela mesma e o vazio






-Psiiiiuuuuu! Não conta ainda, não!

-Por que, não?

-Por que não, oras!

-Mas, tá difícil esconder! Não dá mais, não dá mais, não!

-Pare de se atormentar, porque tudo tem a hora certa de ser e de caminhar!

-Mas, dizem a boca pequena que cada um faz a sua hora.

-Isso é verdade.

-Então?

-Então, aguarda, criatura!
-Quanto tempo mais?

-Não sei... não sei mesmo...

-Vida bandida, destruidora de nervos, esperas mais que necessárias, isso tudo mexe demais comigo e o pior que só o nada anda lá fora.

-O nada, não, mas o desejo de que logo chegue o próximo amanhã.

-"E poder assistir ao entardecer e saber que vai ver o sol raiar".

Se diluiu a cena, ao longe, durante o longo caminho, o bar de portas abertas e uma luz amarelada preenchidas pela estrofe repetida e a espera de mais outro diálogo sobre o tempo, as horas, o som e os amores, sendo estes perdidos ou não...


Ivna Alba

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