quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Chora pião

Todas as coisas se desfizeram em um desalinhar de fatos. Não me pergunte como elas deveriam ser. A dúvida de como elas deveriam se entrelaçar me ensurdece os pensamentos e tudo termina se desdobrando em um tom pálido e a boca de cor pastel se emudece.
Sobraram-me os restos dos fragmentos das cartas.
Centelhas, gotejar, armadilhas, redomas, concreto.
Anestesia, tormento, angústia, sangrento.
Conversas, palidez, tortura e ungüento.
Tudo está profundamente emaranhado neste confuso jogo de disputas e atropelos...
A melhor arma contra o desafeto, ainda é a indiferença!

Ivna Alba

sábado, 14 de agosto de 2010

Esconde-esconde

- Quase não me esqueça...
- Provavelmente, isso vai acontecer.
- Mas, te esforça um pouco ao quase.
- Hei de ver teu pranto. Mesmo que pouco e tão logo se muito, quero vê-lo!
- Esse teu sadismo doentio nunca envelhece?
- Nunca definhará a teus pés, maldita!
A aurora dobrou-se em mil centelhas de luz, quando partiu, e do seu pranto que desenhava serpentinas transparentes, ele nada viu.
Seu lenço sentiu as fagulhas de um incêndio que deixava de coexistir entre ambos.

Ivna Alba