Há três meses atrás e quatorze dias atrás eu me achava sorumbática, em algum lugar distante dessa cidade ensandecida, e pensava: "Quando será o momento?"
Como sou dada às viagens sem explicações, bem como decisões bruscas e imediatas, aqui estou eu. Por mais que as adversidades sejam gigantescas, decidi-me a não discar o número das mesmas, muito menos dar-lhes a menor importância. Se eu o fizer, para que vim parar aqui?
A frase de ordem, desde minha partida e chegada tem sido: Seguir em frente, não importa o que se vá enfrentar. E, talvez por isso mesmo, não tenha sentido os efeitos vorazes da realidade.
Claro que eu sei tudo o que está se passando a minha volta, obviamente reconheço os tortuosos despenhadeiros que pulo ou galgo, todo santo dia, contudo prefiro sorrir a cada derrapada, entretanto desejo gargalhar da fome, do frio, do medo, da discriminação, do preconceito, da falsidade e das caras feias, que posam para minha pessoa, assim que viro as costas.
Entre um espinho e uma rocha, encontro uma rosa, um lírio, sopra uma brisa leve e sigo em frente.
Porque não há nada mais prazeroso do que a brisa leve quando a tempestade medonha, que rompeu seu peito, se vai.
Ivna Alba
5 comentários:
Uma cozinha gelada que conserva o distanciamento e a indiferença. Faltando um pouco de calor.
Um sonho guloso.
onde andara saturno.
E cá estou eu, em meio à sala, com o desktop ligado, lendo mais um texto belíssimo da sua autoria. Paro e penso em como alguém é capaz de escrever tão bem e de forma tão rica... Muita leitura, eu sei.
Resumindo, voltei aqui apenas para me abastecer intelectualmente e lhe desejar sorte e sucesso aí em São Paulo.
Ou você é de JP, ou de Curitiba ou de Minas...
O cientista e astrônomo Carl Sagan teria dedicado anos de sua vida contemplando e admirando a cria de Saturno. E por fim, escrito um livro - revelando ao Homem que, não apenas no cosmos, tal brilho sedutor pode ser observado a olho nu. Tá esquentando, rsss. Seja feliz!
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