As coisas do mundo, como são...
E cá estou eu, em meio à sala/cozinha gelada da minha casa, com o note aceso, minha caneca, lápis e bloco da pinacoteca, enquanto penso em como as coisas se romperam e os meus sonhos saltaram em meu colo, repentinamente, com a selvageria de um leão corrompido pela fome instintiva.
Há três meses atrás e quatorze dias atrás eu me achava sorumbática, em algum lugar distante dessa cidade ensandecida, e pensava: "Quando será o momento?"
Como sou dada às viagens sem explicações, bem como decisões bruscas e imediatas, aqui estou eu. Por mais que as adversidades sejam gigantescas, decidi-me a não discar o número das mesmas, muito menos dar-lhes a menor importância. Se eu o fizer, para que vim parar aqui?
A frase de ordem, desde minha partida e chegada tem sido: Seguir em frente, não importa o que se vá enfrentar. E, talvez por isso mesmo, não tenha sentido os efeitos vorazes da realidade.
Claro que eu sei tudo o que está se passando a minha volta, obviamente reconheço os tortuosos despenhadeiros que pulo ou galgo, todo santo dia, contudo prefiro sorrir a cada derrapada, entretanto desejo gargalhar da fome, do frio, do medo, da discriminação, do preconceito, da falsidade e das caras feias, que posam para minha pessoa, assim que viro as costas.
Entre um espinho e uma rocha, encontro uma rosa, um lírio, sopra uma brisa leve e sigo em frente.
Porque não há nada mais prazeroso do que a brisa leve quando a tempestade medonha, que rompeu seu peito, se vai.
Ivna Alba
Comentários
Um sonho guloso.
Resumindo, voltei aqui apenas para me abastecer intelectualmente e lhe desejar sorte e sucesso aí em São Paulo.