quinta-feira, 29 de outubro de 2009

E então, meu amigo...

Então, quando as coisas apertam, eu sento e choro um pouquinho.
E o mundo não parece tão grande, nem tão pequeno...
A lágrima derreterá antes que eu me vá, deixando um lastro de rigidez e frialdade em meu peito.
Assim como o barco que vai e volta, penso que tudo não passa de maré.

Ivna Alba

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

As coisas do mundo, como são...

E cá estou eu, em meio à sala/cozinha gelada da minha casa, com o note aceso, minha caneca, lápis e bloco da pinacoteca, enquanto penso em como as coisas se romperam e os meus sonhos saltaram em meu colo, repentinamente, com a selvageria de um leão corrompido pela fome instintiva.
Há três meses atrás e quatorze dias atrás eu me achava sorumbática, em algum lugar distante dessa cidade ensandecida, e pensava: "Quando será o momento?"
Como sou dada às viagens sem explicações, bem como decisões bruscas e imediatas, aqui estou eu. Por mais que as adversidades sejam gigantescas, decidi-me a não discar o número das mesmas, muito menos dar-lhes a menor importância. Se eu o fizer, para que vim parar aqui?
A frase de ordem, desde minha partida e chegada tem sido: Seguir em frente, não importa o que se vá enfrentar. E, talvez por isso mesmo, não tenha sentido os efeitos vorazes da realidade.
Claro que eu sei tudo o que está se passando a minha volta, obviamente reconheço os tortuosos despenhadeiros que pulo ou galgo, todo santo dia, contudo prefiro sorrir a cada derrapada, entretanto desejo gargalhar da fome, do frio, do medo, da discriminação, do preconceito, da falsidade e das caras feias, que posam para minha pessoa, assim que viro as costas.
Entre um espinho e uma rocha, encontro uma rosa, um lírio, sopra uma brisa leve e sigo em frente.
Porque não há nada mais prazeroso do que a brisa leve quando a tempestade medonha, que rompeu seu peito, se vai.

Ivna Alba

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Quanta indiferença...

O que lhe acontece quando está tão triste assim?
Ninguém deveria morrer de dor, nem muito menos de solidão. Nenhuma pessoa deveria ter o peito cortado pela tristeza.
Não deveríamos conviver com a desconsideração, muito menos com o aperto no coração.
Mas, quanta indiferença...
Quanta indiferença...
Eu gosto de fazer a diferença, da melhor maneira possível.
E quando não dá para fazê-la?
Aí, meu caro amigo, eu chamar-lhe-ei para o bar mais próximo.
E na loura mais gelada, no copo cheio de ar brindaremos ao amanhã.
E que ele traga muitas gargalhadas, esperanças e o sonho do futuro do depois de amanhã.
Porque se somos incompletos, que nessa incompletude sejamos serenos, e despertemos para o que há de melhor do cotidiano.

Ivna Alba

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

As fotos

Fotos, indubitavelmente, são os piores paliativos contra a saudade!
Olhando certas imagens que fotografei do pôr-do-sol do apartamento da minha nona, minha ex-moradia, senti uma certa saudade de ver aquelas belas visões e me deixar levar por horas, pelos desenhos refeitos por cada nuvem, entrecortando os raios, emuldurando novas paisagens de um 2009 que não poderia imaginar ser tão bom.
Mas, tudo é uma grande medida paliativa, como já falei!
Lembrando que, estando lá, não era feliz, começo a repensar em muitas coisas, esquecimentos - que para algumas pessoas - eram tidos como falta de consideração, contudo nunca foram.
Sinto-me imprestável quando gosto de alguém e falho com a pessoa, por puro esquecimento e isso me faz sentir uma impotência desgraçada. Cobro-me todo santo dia mais perfeição e quando não consigo atingi-la, minhas forças se esvaem por algum ralo das horas, marcadas no cuco.
Maldita imperfeição e esquecimento!
Tentar reparar as faltas, isso é o que tento fazer e peço desculpas com quem andei falhando, ultimamente!

Ivna Alba