Penso nos sonhos que tive...
Hoje, tudo parece uma ilusão tão real.
Ivna Alba
Eu, criança morna,
Que ao júbilo de tua azáfama
Deixei escorrer, em teu último copo, a vida.
Eu, moça fervente,
Que dos teus simples olhos castanhos
Apanhei as alegrias e
Compreendi os anseios.
Eu, senhora pálida,
Que da tua cativa coragem
Olhei, no fundo do tempo, as horas.
Bradei aos ventos, isentos de paz.
Ergue, vida! Contempla tua crua realidade.
Varre das tuas escadas
A água do meu caudal que libertaste!
Ivna Alba
Eis que me afasto e me nego,
Que me arrebato e me entrego.
As poucas nuvens que comovem esse azul infinito
Transcorrem em véus e grinaldas
A tarde plácida e morna em teu colo.
És a vida e a canção,
A poesia robusta, agora quase desfalecida,
És o meu caminho.
Vim pelo teu sangue.
Nasci do teu amor!
Já se foi a aurora, querida!
Já se foi o vento e com ele as rosas.
Já derramou o vinho na borda do linho.
Já se perderam as perguntas em devaneios tardios.
Já se foram os poetas.
Já se foram as dores de corações partidos.
O tempo... nele reside a grande resposta que encontramos ao final de tudo.
No infinito, tudo se torna horizontal.
Ivna Alba
Mediano de dor, amor e vida. Há em certos homens a mais pura habilidade de ser humano medíocre, a concepção de vir à vida com rosto, corpo, peso, altura, inteligência e alma dotados do parâmetro mediano. Não, nunca hão de fugir, escapar ou se atrever a gritar contra. Por que ser mais, se a vida já pode ser isso? E é nessa leva de rebanhos adormecidos que o sol nasce, morre e o mundo perpetua sua carapaça inerte e bovina.
Ivna Alba