segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O sonho

Aquela criança que se ouve chorar na calada da madrugada,
E nos pomos a zelá-la com o maior sono,
Sempre esperando o profundo azul do mar.

Ivna Alba

Rostos

Em dupla, em trio, aos montes.
Solitário, sozinho, somente só.
Aos bolos, um bando, trinta e cinco mil.
Aos poucos - quem sabe? - paulatinamente.
Surgem, ressurgem, emergem, se desnudam.
Passam, repassam, operam, desesperam-se.
Massacram, agridem, transtornam-se, alegram-se.
Choram, mudos, atentos, velados.
Correm, mordem, bebem, desregram.
Falam, assopram, chupam, sonham.
Aceleram, desaceleram e por fim...
Morrem na mais breve poeira que trouxe você.

Ivna Alba

O ancião e a vida

Havia mais que um coração estilhaçado, por entre as cortinas que voavam lúdicas na primavera de seus olhos.
Existia um fruto doce e sutil, tenro e denso.
Ali se aprofundavam a dança e o fortuito encontro da esperança com o renascimento.
E nada era mais bonito que a vida circundando os segundos, os minutos, as horas e o tempo.

Ivna Alba

sábado, 10 de outubro de 2015

Às Borboletas Negras

Dizem que jorram de todas as veias e poças de lama,
Dizem que se esgotam no lodo e ressurgem na cama
Dizem que contam, que berram, que falam e alguns até sussurram...
Dizem, apenas dizem, não sonham...
Dizem que um dia houve uma ideia chamada de Liberdade!