Opressão

A foto que se encontra aqui é uma das imagens do filme de Selton Melo (direção e co-roteiro). O título é simples e até clichê, quase um paradoxo para esta cena, que digo em uma só palavra como definição: opressão!
As interpretações podem ser várias, mas para meu ponto de vista cabe uma, que certamente, pode não ser a sua, e desejo que seja diversa, para que consigamos diversificar as idéias e crescermos de alguma forma.
Dois pontos interessantes:
- Concreto e asfalto: dois materiais que definem bem o progresso, desenvolvimento, urbanismo, caos, metrópoles, a sociedade em que nos encontramos. e por aí poderia discorrer outra porção de conceituações.
- PARE: você corre (ou não) durante os 365 dias do ano, faz tudo de certo ou errado, contudo ao chegar em dezembro, por mais que os lojistas procurem os escravos para o emprego temporário, o mundo aumente a aceleração e chegue-se aos 500km/h, dentro de cada um existe a palavra, um tanto encoberta pela foto, PARE. Então, recupere o fôlego, dê uma outra chance, ou resolva não se dar nenhuma, ou simplesmente para alguns a ordem é decretada: PARE!
Prosseguindo a minha análise, prefiro ver a pessoa da foto não bêbada, não morta, nem ferida, muito menos doente, mas em posição fetal.
Talvez, ela já tivesse visto o PARE, obedecido a ordem, se desfazendo da posição fetal, esticasse lentamente os membros e fosse ao encontro do recomeço.
Entretanto, o recomeço não deixa de ter uma parcela opressora, porque se tem o medo da derrota, e ainda pode-se ter uma opressão humana, diante do que construímos de concreto e asfaltos.
Quão ínfimo e insignificante pode-se tornar o homem perante uma natureza pura e idealizada.
Ivna Alba
Comentários
(por acaso não, alguma coisa me empurrava e eu não sabia porque "Ivna nunca atualiza o blog dela mesmo")
E descobri que ele está interessantíssimo! Um pouquinho de tudo: Suas descobertas cotidianas... é isso, linda: Isso é blog!