Como bolha...

Eu lembrei daquele dia morno, morninho. Na verdade, era daquela manhã, em que todos íamos à praia. Sempre estava no meio, frente ao rádio, onde Elis Regina cantava “Romaria” e eu usava um pequeno maiô amarelo, com pequenos desenhos verdes. Tão alva e inocente, como a primeira bolha de sabão que se sopra pelo canudo. Plim! E eis que a bolha cresceu com o ar soprado no canudo e me pergunto, quando ela vai estourar. Por enquanto, ela ainda está vagando, voando por aí, olhando o mundo, extremamente transparente, meio triste, alegre e doente. Em certos momentos permanece limpa e deixa que o mundo a veja por dentro, de forma inteira e completa. Eis-me aqui, tão bolha e tão somente humana, prestes a dar mais um vôo e alucinadamente esperando explodir. Talvez, seja a próxima rajada de vento... Ivna Alba Ouvir ao ler: Pas si simple - Amélie Poulin