- Só palavras, só palavras, só palavras...
Num ritmo e cadência constantes, promovendo um arrebatamento inconstante, de uniformidades lacônicas, em meu peito e meu ventre.
A carne palpita! A carne maldita! Tua carne maldita, Abrãao! A carne se quebra, se mela, se esvai, se entrega, congela, espera, se parte, se rasga, na entremela do dente, respiração arfante, possante, sentido de entrega. E nesse emaranhado se revela a alma da megera respulsiva que carrego nas entrenhas.
Maldita e lânguida, parca e renegada carne tua, Abrãao!
Abraça-me e expurga-me de tua vida e de tua lábia, Abrãao!
E, enquanto me exorcisas, deixa-me ouvir tua voz falando, lentamente:
- Só palavras, só palavras, só palavras...
Ivna Alba
3 comentários:
E escorregar por sustenidos e notas oitavadas.
Olha aí... só com a nossa "conversa" eu crio um álbum inteiro.
Gosto dos seus textos: Poéticos e profundos!
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