E cá estou eu, em meio à sala/cozinha gelada da minha casa, com o note aceso, minha caneca, lápis e bloco da pinacoteca, enquanto penso em como as coisas se romperam e os meus sonhos saltaram em meu colo, repentinamente, com a selvageria de um leão corrompido pela fome instintiva. Há três meses atrás e quatorze dias atrás eu me achava sorumbática, em algum lugar distante dessa cidade ensandecida, e pensava: "Quando será o momento?" Como sou dada às viagens sem explicações, bem como decisões bruscas e imediatas, aqui estou eu. Por mais que as adversidades sejam gigantescas, decidi-me a não discar o número das mesmas, muito menos dar-lhes a menor importância. Se eu o fizer, para que vim parar aqui? A frase de ordem, desde minha partida e chegada tem sido: Seguir em frente, não importa o que se vá enfrentar. E, talvez por isso mesmo, não tenha sentido os efeitos vorazes da realidade. Claro que eu sei tudo o que está se passando a minha volta, obviamente reconheço os tortuosos de...