segunda-feira, 16 de março de 2009

Música

A intenção desse texto não é ser grande, nem pequeno, contudo é mais um ponto de vista da senhorita Alba, que um argumento, para você, leitor, que pode ser um antimusical, terminar seus dias gostando de música. Conversando com um amigo, certa vez, ele comentou que achava fantástico ler um texto do Kafka, que agora fugiu-me o nome da memória, e aquelas palavras fluírem, cada vez, de uma forma diferente.

Meu caro, isso é o que acontece comigo, ao deixar semitons e tons penetrarem em minh'alma. Bachianas Brasileiras No.3 - 3. Ária (Modinha) Largo: Esse é o nome da música que me fascina no momento. E quem disse que o Brasil só tem futebol, carnaval e mulher bunda? Ele tem muito mais que isso. Pesquise, descubra, vamos lá! Fuce aqueles vinis de papai e mamãe e descubra uma porção de melodias e harmonias que penetrarão em seu âmago e o farão se arremessar no muro dos catatônicos. A música terá esse poder arrebatador de lhe fazer saudoso, ou apático, feliz ou com a maior energia de todas, vibrando em suas veias e deixando seu coração lépido e faceiro. As vezes, aquela dissonância que você não esperava fez seus olhos transbordarem, rapidamente e aquela semínima lhe fez bater na caixinha, libertando o samba.

E por falar em samba, lá vem a nossa querida, idolatrada, salve e salve Bossa Nova! Uma mistura que ninguém jamais poderia imaginar que daria certo. Certo, até demais! Jazz e samba, final de 50, um grupo se junta e dão vazão: Chega de saudade, Desafinado, Derradeira primavera, Modinha... E parece que é nesse cantinho e naquele violão que se resume uma felicidade esplêndida desses músicos. E que felicidade é essa? O poder e o fascínio que a música, tida como a mais pura das Artes, desperta no homem. E voltando à Bachiana do Villa-Lobos. A primeira vez que você ouvir feche os olhos e se lembre: isso é da minha terra, onde cantam os sabiás (se estiver lendo isso fora do Brasil, pense "vou voltar, sei que ainda vou voltar").
Como pode rabiscos incognoscíveis, bolinhas pretas e brancas, pontinhos e tracinhos repercutirem em lágrimas ou sorrisos? Esse é o mistério mais absoluto e fascinante que o homem pode ter gerado. É desse homem que eu me orgulho, me curvo e faço questão de que haja o eterno retorno!

Ivna Alba

Um comentário:

NamenloseN disse...

Cuidado menina... música brasileira vai muito além da erudição do Villa e o violão do João... procure nas entrelinhas do espaço inculto a arte que cerca e, ao mesmo tempo, livra os homens de sua condição miserável. A arte está em cantos mais lindos do que o simples status acadêmico. Vai se surpreender com as obras que encontrar pelo caminho. De qualquer forma, parabéns pelos seus textos. São muito bem escritos.