1º. Capítulo
Para os que não leram o Prefácio deste Pequeno Tratado, por favor, adiantam-se ao texto que se encontra abaixo deste, pois ali se encontram algumas explicações.
Vou tentar colocar, aqui, alguns pontos que facilitam a vida de qualquer cidadão que esteja iniciando o seu TCC.
1º. Se você for calouro/fera veja, durante todo o decorrer do curso, quais as disciplinas de seu maior interesse e os professores que podem lhe auxiliar nesses assuntos.
2º. Se você está na metade do curso, lhe digo o mesmo, pois isso evitará dores de cabeça no futuro.
3º. Dentre seus professores, recorra aos mais acessíveis para discutir idéias e manter debates que aflorem sua visão.
4º. Certo! Chegou no seu período de pré-concluinte? Faço uma pequena observação: se você tem dinheiro no caixa e um bom projeto nas mãos, que nenhuma banca ponha defeito, parta para aquela idéia ousada que você tem como TCC, mas se houve um NÃO para alguma das hipóteses acima, rume em direção ao tradicional.
5º. Conselho de um grande professor meu: "Ivna, não complique! Faça um trabalho simples e bem feito, para terminar logo o curso." Eu o escutei. Até agora não me arrependi.
6º. Escolha um tema que se identifique com você e discuta, não só com seu/sua orientador/orientadora sobre a bibliografia que utilizará, mas também com outros professores que possuam conhecimento sobre o tema do seu trabalho.
7º. Escolha um orientador/orientadora e não um DESorientador/DESorientadora.
8º. Não tenha vergonha e peça mesmo o caminho das pedras.
9º. Só dialogue com amigos que você saiba que podem lhe dar alguma luz no TCC, caso contrário será apenas um problema a mais. Já que muitos adoram misturar alhos com bugalhos e terminam por aturdir, ainda mais, seus pensamentos e idéias.
10º. Deu pane no ventilador? Então, relaxe! Leia um gibi da Turma da Mônica ou do Zé Carioca. Minha preferência é pelo último. Ele é tão brasileiro que dá gosto!
*Dicas voltadas para estudantes de Comunicação Social - Jornalismo.
** Ivna Alba é estudante do curso de Jornalismo, na Universidade Federal da Paraíba - UFPB.
*** O TCC da autora será um ensaio cujo tema define-se em: "Hoje é Dia de Maria e a dicotomia entre o bem e o mal".
Ivna Alba
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Pequeno tratado sobre a musculação cerebral - Diário de um TCC
Prefácio do Pequeno Tratado
Há quem me diga que só se exercitam os músculos corporais. Estaríamos todos, redondamente, enganados ao pensar dessa forma. Mas, quem sou eu para falar com extrema certeza sobre tal assunto, se a palavra esportista não passa no meu vocabulário faz anos; muito menos me considero uma pessoa tão bem preparada em termos intelectuais?
Contudo, uma verdade seja dita: ao se iniciar seus estudos para uma monografia, ou um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), você sentirá seu cérebro se abrir, desenferrujar, aumentar, pulsar, igualmente a quando se faz uma atividade física. Sobretudo, se o seu orientador ou orientadora disserem: "Você necessitará estudar filosofia, também, para argumentar no seu ensaio, monografia, ou o que venha a ser sua escolha."
Nessa hora, você pensará: "Não tem problema, será muito divertido!". Aí está o seu ledo engano. Lógico! No início do curso de Jornalismo eu estudei filosofia, mas não esta que tenho o prazer de estudar agora, para o meu TCC, que escolhi escrever um ensaio.
Senhores e Senhoras, leiam Nietzsche! Não tenho pretensões de ser especialista em tão intelectual, nobre e espetacular gênio e filósofo, porém, apenas ter os primeiros contatos com obras do grande, como "Para além do Bem e Mal", "Para a Genealogia da Moral" ou "O Anticristo", já me fazem sentir os primeiros sintomas da musculação cerebral: ver bolinhas e achar que a burrice está em mim. Entretanto, a própria linguagem filosófica, os termos de que Nietzsche se utiliza em sua obra é deveras ímpar. Quiçá, esta seja a primeira quebra de muitas que ele faz em seus escritos.
Verdadeiramente, meus caros, este é um primeiro capítulo, tratado ou alguma outra denominação que desejam dar, da árdua tarefa de um/a universitário/a: terminar seu TCC.
*Dicas de uma pré-concluinte aos calouros/feras: leiam muito. Quanto mais vocês lerem, menos leram. Leiam de tudo, estudem tudo, observem o mundo e sua sociedade, iniciem as críticas, se critiquem e se deixem provocar, concomitantemente, provoquem!
Ivna Alba
Há quem me diga que só se exercitam os músculos corporais. Estaríamos todos, redondamente, enganados ao pensar dessa forma. Mas, quem sou eu para falar com extrema certeza sobre tal assunto, se a palavra esportista não passa no meu vocabulário faz anos; muito menos me considero uma pessoa tão bem preparada em termos intelectuais?
Contudo, uma verdade seja dita: ao se iniciar seus estudos para uma monografia, ou um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), você sentirá seu cérebro se abrir, desenferrujar, aumentar, pulsar, igualmente a quando se faz uma atividade física. Sobretudo, se o seu orientador ou orientadora disserem: "Você necessitará estudar filosofia, também, para argumentar no seu ensaio, monografia, ou o que venha a ser sua escolha."
Nessa hora, você pensará: "Não tem problema, será muito divertido!". Aí está o seu ledo engano. Lógico! No início do curso de Jornalismo eu estudei filosofia, mas não esta que tenho o prazer de estudar agora, para o meu TCC, que escolhi escrever um ensaio.
Senhores e Senhoras, leiam Nietzsche! Não tenho pretensões de ser especialista em tão intelectual, nobre e espetacular gênio e filósofo, porém, apenas ter os primeiros contatos com obras do grande, como "Para além do Bem e Mal", "Para a Genealogia da Moral" ou "O Anticristo", já me fazem sentir os primeiros sintomas da musculação cerebral: ver bolinhas e achar que a burrice está em mim. Entretanto, a própria linguagem filosófica, os termos de que Nietzsche se utiliza em sua obra é deveras ímpar. Quiçá, esta seja a primeira quebra de muitas que ele faz em seus escritos.
Verdadeiramente, meus caros, este é um primeiro capítulo, tratado ou alguma outra denominação que desejam dar, da árdua tarefa de um/a universitário/a: terminar seu TCC.
*Dicas de uma pré-concluinte aos calouros/feras: leiam muito. Quanto mais vocês lerem, menos leram. Leiam de tudo, estudem tudo, observem o mundo e sua sociedade, iniciem as críticas, se critiquem e se deixem provocar, concomitantemente, provoquem!
Ivna Alba
No lugar do vazio. No lugar das palavras
O que você sabe sobre cinema? O que você sabe sobre escritos? O que você sabe sobre teatro? O que você sabe sobre pintura?
VOCÊ NÃO SABE NADA!
NADA
NADA NADA NADA
NADA NADA
NADA
NADANADANADANADADANADAnãodáemnada
Essa vida não dá em nada.
Essa vida não dá nada.
Essa vida não dá.
Não...
Essa vida...
Dá!
Ivna Alba
VOCÊ NÃO SABE NADA!
NADA
NADA NADA NADA
NADA NADA
NADA
NADANADANADANADADANADAnãodáemnada
Essa vida não dá em nada.
Essa vida não dá nada.
Essa vida não dá.
Não...
Essa vida...
Dá!
Ivna Alba
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Tecitura
Amaram.
Gozaram.
Gestou.
Nasceu.
Chorou.
Falou.
Andou.
Cresceu.
Estudou.
Apaixonou-se.
Formou-se.
Trabalhou.
Enriqueceu.
Vestiu-se.
Beijou.
Enloqueceu.
Trepou.
Desprotegida.
Gozou.
Aids.
Morreu.
Ivna Alba
Gozaram.
Gestou.
Nasceu.
Chorou.
Falou.
Andou.
Cresceu.
Estudou.
Apaixonou-se.
Formou-se.
Trabalhou.
Enriqueceu.
Vestiu-se.
Beijou.
Enloqueceu.
Trepou.
Desprotegida.
Gozou.
Aids.
Morreu.
Ivna Alba
Amargo
E existia um cheiro ali, de tudo que era podre e azedo, não necessariamente desapropriado para o consumo, porém imprudente se ingerir.
"Adalberto"!
A voz da mãe o chamava do limbo, onde se havia perdido, diante de tudo que se havia tornado a vida dos dois. Não que não se dignasse, ou não quisesse ouvi-la, mas que eram naquelas horas e dias, meses e anos de solidão que ele reparava como se precisava de paz; e paz era algo inimaginável, tanto pela presença materna, quanto pelo que era dito pela boca dela, pelas palavras proferidas por ela, pelos sons guturais emitidos pela garganta dela. Quando se sai do inferno é que se tem a certeza da existência de um paraíso.
Pensando na solidão: foi assim que Adalberto dormiu sua última noite naquele quarto, cuja verossimilhança de quarto inexistia, todavia ele sabia que era daquela forma que o via e sentia, por mais fedor e nojo que tinha de tudo aquilo ali. Quadrado de luz lunar formada pelas grades da janela milimetricamente calculada, retorcida de barras grossas e imundas de ferro fundido e chapado. Pela pouca iluminação de uma possível pia, de um colchão cheio de pulgas e cortejos de dejetos e baratas rodopiando seus sonhos ou pesadelos.
A estrita maneira de se tornar afável nos momentos de não embrigaguez da loucura, uma torrente de cenas que não lhe aconteceram, contudo o fizeram crer ocorrido, uma porção de gemidos fragmentados e riachos agridoces de sangue empoçado e empapado na camisa e no assoalho de madeira, que nunca vira.
"Amanhã, Adalberto, será teu desfecho, na ponta daquela agulha, e tu invarialmente não podes dizer que sim, nem que não, porque doce o mundo não é, e amargo vai ser teu final.
Ivna Alba
"Adalberto"!
A voz da mãe o chamava do limbo, onde se havia perdido, diante de tudo que se havia tornado a vida dos dois. Não que não se dignasse, ou não quisesse ouvi-la, mas que eram naquelas horas e dias, meses e anos de solidão que ele reparava como se precisava de paz; e paz era algo inimaginável, tanto pela presença materna, quanto pelo que era dito pela boca dela, pelas palavras proferidas por ela, pelos sons guturais emitidos pela garganta dela. Quando se sai do inferno é que se tem a certeza da existência de um paraíso.
Pensando na solidão: foi assim que Adalberto dormiu sua última noite naquele quarto, cuja verossimilhança de quarto inexistia, todavia ele sabia que era daquela forma que o via e sentia, por mais fedor e nojo que tinha de tudo aquilo ali. Quadrado de luz lunar formada pelas grades da janela milimetricamente calculada, retorcida de barras grossas e imundas de ferro fundido e chapado. Pela pouca iluminação de uma possível pia, de um colchão cheio de pulgas e cortejos de dejetos e baratas rodopiando seus sonhos ou pesadelos.
A estrita maneira de se tornar afável nos momentos de não embrigaguez da loucura, uma torrente de cenas que não lhe aconteceram, contudo o fizeram crer ocorrido, uma porção de gemidos fragmentados e riachos agridoces de sangue empoçado e empapado na camisa e no assoalho de madeira, que nunca vira.
"Amanhã, Adalberto, será teu desfecho, na ponta daquela agulha, e tu invarialmente não podes dizer que sim, nem que não, porque doce o mundo não é, e amargo vai ser teu final.
Ivna Alba
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