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O muro de Áustir

E como nada acontece daqui, também não ocorre por lá. Se nas caldeiras dos corações rotos se esconde a fantasia e se afoga a nossa poesia, quem estará do outro lado? A aurora que irrompe em nossa realidade estilhaça essas rochas. Desgasta a esperança. Mas, lembrem-se: Nada está perdido! Tudo está incluso neste pacote de adversidades. Estamos dentro do muro de Áustir , Onde tudo que nasce, morre e o morrer vive na sucata de nossas revoltas! Ivna Alba

O sonho

Aquela criança que se ouve chorar na calada da madrugada, E nos pomos a zelá-la com o maior sono, Sempre esperando o profundo azul do mar. Ivna Alba

Rostos

Em dupla, em trio, aos montes. Solitário, sozinho, somente só. Aos bolos, um bando, trinta e cinco mil. Aos poucos - quem sabe? - paulatinamente. Surgem, ressurgem, emergem, se desnudam. Passam, repassam, operam, desesperam-se. Massacram, agridem, transtornam-se, alegram-se. Choram, mudos, atentos, velados. Correm, mordem, bebem, desregram. Falam, assopram, chupam, sonham. Aceleram, desaceleram e por fim... Morrem na mais breve poeira que trouxe você. Ivna Alba

O ancião e a vida

Havia mais que um coração estilhaçado, por entre as cortinas que voavam lúdicas na primavera de seus olhos. Existia um fruto doce e sutil, tenro e denso. Ali se aprofundavam a dança e o fortuito encontro da esperança com o renascimento. E nada era mais bonito que a vida circundando os segundos, os minutos, as horas e o tempo. Ivna Alba

Às Borboletas Negras

Dizem que jorram de todas as veias e poças de lama, Dizem que se esgotam no lodo e ressurgem na cama Dizem que contam, que berram, que falam e alguns até sussurram... Dizem, apenas dizem, não sonham... Dizem que um dia houve uma ideia chamada de Liberdade!

A vergonha da mocinha

- Ai! Era tudo o que ela exprimia em meio ao seu regozijar... A rua pode ser seu campo de partida e saída. Tanto faz. Mas, quem disse que é normal ou anormal abrir a porta de casa para estranhos? A mocinha não poderia ter essa escolha. Ela nunca pôde. Ivna Alba

O ciclo da criança morta

Existiu um olhar petrificado, Onde o mar revolto e descolado Encontrando, por fim aonde desaguar Chorou em liberdade a terra rasgada. Houve mais tarde uma torta mulher, Também uma saudade de nem saber de quê. Um porquê de desalento Um sopro, um tormento, Em que o abandono sempre a leva a cavalgar. Ivna Alba