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Mostrando postagens de setembro, 2010

Missa Solemnis

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Hei de confessar-me atéia! Em épocas distantes fui uma criança católica apostólica romana, cresci e tornei-me uma adolescente revoltada com os anjos e santos, esbravejando impropérios contra uma cristandade hipócrita, dogmas intangíveis e a beleza do sangue que escorria pelos espinhos e o pesado madeiro, que se sobrepunha a minha cabeça. Surgiu-me a História da Feiúra, e muito antes dela, a dúvida. E, digamos, que não muito longe de ambas, apareceu-me a dicotomia entre o bem e o mal. Nietzsche dissolveu minhas dúvidas e levou-me a conhecer à aurora do homem, o que não condeno, mas não admiro na obra platônica: sua caverna. Eis que Beethoven me pôs em xeque-mate, ao ouvir, de novo e recentemente, sua Missa Solemnis! A primeira vez que ouvi senti-me tão elevada, que chorei. Precipitou-me não uma lágrima qualquer, mas uma dor e uma alegria do mundo inteiro, e pus a música em modo "repetir", para ter a certeza de que não seria um estado que vai e vem, mas algo constante. Meu...

Faça em dó o que não fiz em si...

E nesses retalhos que conjugo em tua sinfonia, pura orquestração de sopros lépidos. Nessa tua pele envernizada e nos entalhos de tua madeira O gozo de roçar em tuas madeixas metálicas. Ah, esse cheiro em modo menor... Lasciami maior! Largo em mil beijos, tua dor em rallentando... Ivna Alba

E essa vida em patchwork

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Vejo perdido nas entranhas qualquer de uma cidade erguida: concreto e falsidade. O protótipo humano envolto em papelão e umidade. Um louco qualquer, em loucura e santidade, gritando e rosnando... Essa cidade, o medo, a humanidade. Hei de morrer, embolorado, até amar-te, até viver. Ivna Alba