Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2009

Homem, Humano, Humanidade

Ao que se interessa, pois Finda que essa chama já se põe Emplaca, não obstante A forma, com a qual se consagra Desabando em clausura constante em meio ao grito e a fome, ao mundo e a desordem. Circuncidando o pandemônio, a paz. Aquém do senil, a juventude. Enlameando os sorrisos em lágrima atroz, Distanciando as mãos e as bocas Ressurgindo das cinzas do vento Carregando em si Toda sorte de ambiguidades. Eis o congênito acre de tuas distâncias! Ivna Alba

Sobre a tese de mestrado

Enfim, achei o rumo para o meu mestrado: o título! É, porque diferentemente de textos normais, como: prosa, poesia, tese de mestrado é anormal e eu preciso do título para desenvolver a idéia. Com a quantidade básica de café para a noite de hoje, juntamente com o maço de marlboro red espero desenvolver o anteprojeto dele. De novo, o mal entra nos meus trabalhos e eu só penso: - Ivna, por que você só inventa coisa para esquentar a cabeça? E meu outro eu, o eu louco, responde: - Por que é bom esquentar a cabeça e viver coisas difíceis. Aliás, bom mesmo é pegar algo dilacerante e tentar torcê-lo por inteiro; depois que se termina o serviço, olha-se para o monstro e diz: "Eu venci, ganhei, derrotei você"! Acho que isso vem do meu instinto de não saber perder, de sempre desafiar o meu eu acomodado e incentivar, cada vez mais, meu eu louco. Como as duas faces da mesma moeda, eu vivo no cara e coroa, torcendo para que o coroa sempre caia com a cara para cima... Exatamente isso! Tudo ...

Sambinha Antigo

Pensei que minha cama era macia Que os lençóis brancos Afogassem suas mágoas. Pensei que meu teto fosse suficiente Para esta culpa displicente Que já não quero mais afogar. Achei que meu lar não era vazio, Que sua presença brilhava Cada dia mais com a luz do sol. Sonhei que nos seus beijos tão vagos De quem vem e passa rápido Ainda sim, guardavam amor, Beleza, ternura e carinho. Mas, hoje, tudo é diferente. Passei a ser descrente, Jogando fora seu frouxo amor E, no samba encontro Apenas, o amor que você Nunca me entregou. Ivna Alba

Amanitta

Amanitta tinha um sonho: de crescer, ser bem sucedida, inteligente, rica, ter um lindo marido, um casal de filhos mimosos - daqueles que todas as tias suadas e cheias de pó de arroz beliscam as bochechas - um cachorro chamado Pimpão e uma linda casa com um jardim cheio de roseiras vermelhas. Diferentemente do que ela desejava, cresceu, não conseguiu terminar nem o ensino médio - sua inteligência se comparava a de um pombo tonto - ganhava 10 reais por programa, o troca-troca de "maridos" era perene, soube que era estéril, numa consulta gratuita do programa hospitalar do São Camilo e o único bicho de estimação que ela tinha era uma catita que toda tarde lhe azucrinava as poucas imaginações, depois de uma manhã pouco dormida. Depois de muito desejar, Amanitta caiu em si e despertou em um dia às 15:15, decidida a não mais seguir aquela vida de ânsias, que já se quedavam revogáveis. Então, ela decidiu esperar... Sentada! Pegou a cadeira menos desconfortável, apoiou-se bem ereta e ...

E onde as idéias estão que não chegam?

Reclamo todo santo dia das idéias que me estão engasgadas, amordaçadas e entaladas na garganta como um bolo alimentar mal digerido e empancado no mesmo lugar. E no caminho de ida e volta do trabalho eu me cobro: - Chegar em casa vou escrever, vou terminar o romance, vou concluir a peça, vou finalizar aquele haicai! Ou seja, vou vomitar você, maldita idéia errônea, que vaga em meus pensamentos e me deixa impaciente com seu atraso, retardo, mal gasto tempo incômodo! E ela ri de mim. Caçoa várias vezes e continua lá: intacta, intocável, imóvel e irônica. Ódio! Como fazer para destruir essa barreira imprestável da inexatidão das idéias que destoam na cabeça do escritor que nada mais quer da vida, a não ser pôr no papel suas vãs palavras desdobradas pelos sentimentos? A resposta, ninguém sabe, ou ao menos, nunca disseram. Peço, imploro, revolvo meu âmago em busca de ti, concreta idéia insana, que me apareças, mesmo que na surdina da madrugada e me visites. Assim, quem sabe, descanso minha c...

Ivna: não é um nome difícil!

Realmente, não é difícil! Se vocês pensarem são apenas 4 letras, ainda possui a eficiência de ter o V mudo, ou seja, não é necessário pôr mais uma letrinha depois da pobre consoante, mas eu não sei por que as pessoas daqui tem tanta dificuldade em pronunciar ou escrever meu nome. Posso citar aqui inúmeras formas que andam me chamando ou escrevendo meu substantivo próprio: Ivína, Iona, Ivana, Ivina, Ývina, Ivyna... E por aí vai a lista medonha, cheia de aberrações e nomes medonhos. O pior, foi Iona! Indubitavelmente! Atendo o interfone do trabalho e o rapaz da transportadora fala de forma simpática: - Entrega para a senhora IONA! Soou dolorido em meus tímpanos: I-O-N-A! Dois erros consistem nesta frase: Eu sou senhorita, não senhora! As pessoas esquecem que temos um pronome de tratamento para as pessoas que não senhoras. Outra coisa que entrou em desuso no nosso dia-a-dia! Triste desuso, diga-se de passagem! O outro erro, nem preciso comentar. O fato é: na embalagem da correspondência h...

Comédias da vida (privada)?

Hoje está completando 1 mês e 18 dias que estou vivendo em Sampa! Nesse pouco tempo de sobrevivência aqui pude perceber que em uma das cidades onde tem mais gente por metro quadrado do Brasil, mora a solidão. A exigência de se ter amigos por aqui é tanto quanto ou igual a de se sobreviver: dificuldade grau 9, e olhe que sou comunicativa, caso contrário não teria feito comunicação social; escolheria biblioteconomia ou qualquer outro curso voltado para algo que não precisasse se comunicar. Deixei cerca de trezentos amigos em Tubi City - nome "carinhoso" para JP - minha cidade natal, aqui conheci muitas pessoas já, mas surgem os problemas: tempo! Fora o costume de se fechar no casulo - principalmente em dias de chuva - alguns paulistanos demoram a vida para ter tempo para sair, conversar ou até visitar as pessoas. O que não ajuda muito, também, é a imensidão da cidade. Trinta minutos de caminhada aqui é perto, em Tubi City era a eternidade. As pessoas me ligam sim, mas combinar ...

Entre um cigarro e um gole frio de café...

Hoje recebi um email de minha amiga-divisora-casa, sobre uma manifestação anti-corrupção, para expulsar Sarney da nossa famosa e ardente cúpula do politicagem. No respectivo citavam os caras-pintada... Enfim, depois dessa citação, só mesmo as reticências. O que fizeram essas criaturas? Foram eles que puseram o engomadinho Collor para fora da República? Seria muita, mas muita inocência pensarmos assim. Desde que o mundo ainda era a Pangéia, que o Brasil era Brasil, que tenho conhecimento da História do nosso país-continente, que sei de uma coisa: quem move quem está no poder é quem, também, nele está. Não se iludam durante os anos em que não há eleições! Nem muito menos, durante as mesmas. Tudo continua como era dantes no quartel de Abrantes e assim será! Porque, ao invés de fazer esse manifesto em negro, não se grita e param a Paulista, ou que avenida principal seja, para termos melhores condições educacionais, sociais, de saúde e melhorias de emprego, melhor repartição do dinheiro púb...

Acima das nuvens cinzas

- Ah, já entendi... - O que? - Dá aqui o dedo. O homem pegou o polegar de Nonô e emplacou-o na almofada negra, cheia de tinta escura, enfiando-o depois no papel. - Pronto! Agora é só esperar que a justiça lhe seja feita. Nonô ficara na cela imunda, cheia de escatologias submersas e subliminares, intrínsecas àquele mundo que ele chamava de Babilônia Perdida. O polegar borrado com a tinta negra, formando o desenho de sua identidade, onde ele não sabia se jaz sua personalidade, ou seus descaminhos. Como saber do que não se tem idéia? Ao lado, Abreu lhe perturbava com a gaita, na frente Jurubeba sussurrava e choramingava o leite derramado, o cubículo lhe apetecia o estômago por vezes sacudido pela fome e, depois, vinha-lhe a desinteria escorrer-lhe pelas entranhas. - Homem, para com essa porcaria. O velho parava e colocava a gaita no chão, olhando-a como se desejasse os seios fartos de uma mulher jovem. Há muitos anos, Nonô pensava se não seria melhor ter voltado para a cidade em que nasc...

Este blogger não parou... Eu juro!!!

Gente, Se alguém lia ou lê este blogger, saiba que ele não parou! Mas, muitas coisas aconteceram desde a última postagem, o que me fez estagnar um pouco a imaginação e a criatividade. Resumindo os passos derradeiros: minha amiga Lorena Xuxu saiu do emprego em que estava em SP, indo para uma editora e me passou para a vaga dela. Resultado, vim parar em SP (aquela cidade que dizem não dormir nunca!) Pura balela! Os ônibus param meia-noite e o metrô também, então você só tem uma opção: táxi! Que se torna inviável para uma habitante que não ganha muito, como eu. Mas, eu AMO essa cidade, impossível não amá-la. Então o conto que vem a seguir, se chama: Acima das nuvens cinzas. Até a próxima postagem! Beijos e Abraços paulistanos, sem gripe suína! Ivna Alba