O romper dos sons
- Onde? - Naquele restaurante chinês, no segundo piso do shopping. - Aquele da semana passada? - É. Tá bom para você? - Bem, se você quer lá, pode ser sim. - Quero saber se fica bom para você. - Fica, mas tem que ser uma hora cravada, tá? - Tudo bem. Pelo menos, você conseguiu se decidir em algo. - De novo, Ana Lúcia? Começou cedo? - Não, não. Foi apenas uma observação... Nada demais. - Tá certo. - Até mais tarde, Ângelo! - Até, meu amor! ******************************* Ângelo Desligara o telefone. Ela havia sido mais rápida que ele, ou apenas os beijos de despedida não fizessem mais parte do cansativo repertório dela, assim como os outros trejeitos carinhosos. Ele deixara beijos ao léu, para que o colega ao lado não suspeitasse que a mulher amada fora objetiva e clara. E foi além, disfarçando um derretimento em formas de juras de amor dela por ele. Botou o aparelho no gancho, arrumou os papéis, o mouse-pad , a cadeira, o teclado do computador, soltou um longo suspiro, constatando que ...