terça-feira, 6 de julho de 2010

Ensaio do ato de negar-se

Quando, exatamente, começamos a negar nossa essência pelas pessoas, coisas e pela própria exigência das nossas existências? Quando? 
É difícil descobrirmos isso e quando nos damos conta, o nosso devir já está embalsamado naquela lacuna mais profunda das nossas memórias. E quanta infelicidade isso traz... 
A pergunta básica, "Quem sou eu?", que muitas vezes não encontra resposta, também não a obtem, pois já não encontra a essência perdida pelo mesmo ato de negar-se. 
As vezes, mais vale uma liberdade sozinha, que outra conjunta. 
Acredito, que ao sentir essa vontade de potência que ressurge em nosso âmago, essa vontade de sentir-se livre das negações a nós mesmo, é a hora de partir. É a hora de dizer adeus, sem desculpas, nem remorsos e corações repletos de esperanças saudáveis. 
Por que vale a pena ser feliz consigo mesmo e nunca negar sua essência e suas opiniões!
Tom Jobim cantou: amor em paz. 
E desejo a solidão em paz!


Ivna Alba

sábado, 3 de julho de 2010

Eu sou contra!

Certa vez me disseram que, atualmente, o mercado de trabalho procura pessoas com um único foco. Pois bem, eu sou contra!
Até onde sei, isso se refere ao modelo antigo de demanda profissional, onde cada um tinha sua formação e nem precisa de pós-graduação e, as vezes, um técnico já contava. Todos se formavam, prestavam um concurso público - bem menos concorrido - passavam, ou se engajavam em empresas privadas e trabalhavam em um só ofício, até que a merecida aposentadoria chegava, batia-lhe a porta e eram felizes para sempre, até que a morte os separasse.
O que eu vejo, hoje em dia, são pessoas que se formam - muitas mesmo não tem o privilégio de passar por uma universidade e outras não se interessam - entram numa pós-graduação, em certas ocasiões em áreas diferentes das que se formaram e lutam horrores para entrar no mercado de trabalho. Hoje, o profissional é aquele que tem uma múltipla faceta, de entender o que faz, ampliar seus horizontes em outras áreas, tendo muitas vezes que trabalhar em algo que não tem uma formação específica, mas que segue o rumo com suas outras inúmeras aptidões.
Entendo isso por exigências de mercado. Por exemplo, um fulano que trabalha com exportações e importações, tem que entender milhares de outros assuntos e se tiver um curso em direito, sociologia e até mesmo filosofia, melhor ainda. Não é só a economia que gira seu mundo.
Por que, então, um jornalista não pode fazer artes, escrever, trabalhar com cinema e teatro, além de redigir matérias e fazer entrevistas como seu projeto solo?
Entendo isso como um profissional que almeja cada vez saber mais e querer dar mais ao mundo em que vive.
Se esse não é nosso foco de trabalhadores, então, não sei mais o que é.

Ivna Alba