sábado, 29 de novembro de 2008

Como bolha...


Eu lembrei daquele dia morno, morninho. Na verdade, era daquela manhã, em que todos íamos à praia. Sempre estava no meio, frente ao rádio, onde Elis Regina cantava “Romaria” e eu usava um pequeno maiô amarelo, com pequenos desenhos verdes. Tão alva e inocente, como a primeira bolha de sabão que se sopra pelo canudo. Plim! E eis que a bolha cresceu com o ar soprado no canudo e me pergunto, quando ela vai estourar. Por enquanto, ela ainda está vagando, voando por aí, olhando o mundo, extremamente transparente, meio triste, alegre e doente. Em certos momentos permanece limpa e deixa que o mundo a veja por dentro, de forma inteira e completa. Eis-me aqui, tão bolha e tão somente humana, prestes a dar mais um vôo e alucinadamente esperando explodir.
Talvez, seja a próxima rajada de vento...


Ivna Alba
Ouvir ao ler: Pas si simple - Amélie Poulin

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Viva la vida!

A sexta termina assim, às 19:03, na redação.
Desligarei em poucos instantes o meu pc, pegarei minha bolsa, acenderei o cigarro, entornarei o último gole de café gelado, sentirei o gosto forte da bebida descendo por toda minha garganta, esôfago, até chegar aos percalços dos ácidos estomacais, mas o que importa mesmo, é que vivamos a vida!
Viva a vida, mesmo com o coração esmagado e repartido.
No momento, junto os cacos dele para colar em casa.

Ivna Alba

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Opressão


A foto que se encontra aqui é uma das imagens do filme de Selton Melo (direção e co-roteiro). O título é simples e até clichê, quase um paradoxo para esta cena, que digo em uma só palavra como definição: opressão!

As interpretações podem ser várias, mas para meu ponto de vista cabe uma, que certamente, pode não ser a sua, e desejo que seja diversa, para que consigamos diversificar as idéias e crescermos de alguma forma.



Dois pontos interessantes:



- Concreto e asfalto: dois materiais que definem bem o progresso, desenvolvimento, urbanismo, caos, metrópoles, a sociedade em que nos encontramos. e por aí poderia discorrer outra porção de conceituações.


- PARE: você corre (ou não) durante os 365 dias do ano, faz tudo de certo ou errado, contudo ao chegar em dezembro, por mais que os lojistas procurem os escravos para o emprego temporário, o mundo aumente a aceleração e chegue-se aos 500km/h, dentro de cada um existe a palavra, um tanto encoberta pela foto, PARE. Então, recupere o fôlego, dê uma outra chance, ou resolva não se dar nenhuma, ou simplesmente para alguns a ordem é decretada: PARE!



Prosseguindo a minha análise, prefiro ver a pessoa da foto não bêbada, não morta, nem ferida, muito menos doente, mas em posição fetal.

Talvez, ela já tivesse visto o PARE, obedecido a ordem, se desfazendo da posição fetal, esticasse lentamente os membros e fosse ao encontro do recomeço.

Entretanto, o recomeço não deixa de ter uma parcela opressora, porque se tem o medo da derrota, e ainda pode-se ter uma opressão humana, diante do que construímos de concreto e asfaltos.

Quão ínfimo e insignificante pode-se tornar o homem perante uma natureza pura e idealizada.


Ivna Alba

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Branco

E era chegada a hora da partida. Mas, que partida é essa que avassala seu coração? Que despedida é essa que se tem, onde não se pode pensar em mais nada, a não ser na falta que se sentirá das pessoas.

Olhar para frente não é uma tarefa fácil, olhar o mundo de frente muito menos, embora se faça um esforço para se tomar a realidade nas mãos, acariciá-la e tomar-se inteiramente de um carinho pela fantasia. Obra do labirinto da vida, nos colocar em uma posição difícil, rodeando as lacunas da alma, em busca de alguma paz, algum amor, alguma sobrevida dentro de nossos espíritos.

“Ontem à noite, eu chorei”. Ela me disse sem pestanejar, sem palpitar na língua, sem salivas a escorrer pelos cantos das papilas, sem ranger de dentes, serenamente esculpida em ares de eterna sincronia com o branco das paredes. Quiçá um tanto mórbida, mas enfim tranquila. “Eu ouvi”. Respondi-lhe depois de dez minutos em completo e total silêncio. Que mais eu poderia fazer? Abraçar-lhe depois de não lhe conceder o mesmo carinho, mais?
“Chove”. Interrompia a minha mente vazia, suas palavras. Como se eu mesmo quisesse que ela se intrometesse em minhas divagações sobre o fim incessante daquela tortura inútil e imbecil.
Lembro-me do branco.
Lembro-me das últimas letras.
Lembro-me das não lembranças, as cortinas voando pela sala toda branca, bolinando o sofá branco, varrendo a penugem do tapete branco, dos livros intocados na estante branca, das paredes brancas, do teto abraçando o lustre branco em minha direção e lembro-me do vento.
Depois tudo se tornou um eco de recordações, as quais eu já não sabia.
Na mesa os pratos do café, tudo em branco e acrílico, no centro nada mais que uma geléia rubi.
“Senta-te”!
Mergulhei, então, no corpo dela, sem saber ao certo onde eu deveria chegar, mas desdobrei-lhe cada parte das entranhas, cada visgo de secreção, cada pêlo, cada dobra de derme, cada estalar de pestanas, cada lágrima fugidia, cada batida intensa do coração, cada subir e descer dos pulmões e trabalhei profundamente nos seus alvéolos, querendo sê-los.
“Bruxa! Bruxa! Bruxa! Bruxa! Bruxa! Bruxa! Bruxa!” Repeti milhões de vezes, para que eu soubesse de quem se tratava, por fim choraminguei em cima da geléia rubi, balbuciando um “eu te amo” miseravelmente apaixonado, descascado em trezentas toneladas de dores no peito.
Acordei com a mão dela em meus ombros, sacudindo meu corpo, pedindo para que eu parasse de chorar em vão.
Ela estava ali.

Ivna Alba

Um pouco de enogastronomia para o Natal!

Estamos chegando no final do ano e, mais uma vez, fica aquela terrível dúvida: - O que eu posso dar, para ela/ele?
Se a minha condição financeira fosse realmente boa, eu sempre daria vinhos a todos que desejo presentear, entretanto, penso que um bom vinho deve ser acompanhado de outro "regalo". E por que não? Uma difícil escolha seria combinar um chocolate maravilhoso com um vinho de tal sabor.
Eis aqui, algumas dicas que encontrei em um site:



Dicas de harmonização - vinho e chocolate


Vinho Banyuls – vinho doce fortificado elaborado na região de Roussillon, na França é o vinho preferido dos enólogos, enófilos e mestres confeiteiros para uma perfeita harmonização com o chocolate.

Vinho do Porto – vinho natural e fortificado, produzido exclusivamente a partir de uvas provenientes da região demarcada do Douro em Portugal, esse vinho oferece uma gama enorme de harmonizações com chocolate.


Vinho Jerez – vinho fortificado de características bastante peculiares, é produzido na região de Andaluzia, na Espanha, é bom para acompanhar o chocolate, pois proporciona uma lavagem na boca realçando o sabor doce do chocolate.

Casando os sabores, e dependendo para quem for para o presente, sua noite natalina pode ser muito mais proveitosa!

Ivna Alba

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Oh, vida dura!

E eu nem sei porque comecei a utilizar esse blogger como um espaço para comentar as coisas imbecis que aconteceram nos meus últimos dias, mas tudo bem.
As últimas semanas que se passaram, do dia 17 de outubro, até ontem, 11 de novembro, eu posso dizer: não morro nunca mais!
Incrivelmente, tudo começou a eclodir e uma viagem que mudaria toda a minha vida para melhor, realmente mudou, mas para pior. Pior?!? Não sei bem, acho que entre mortos e feridos salvaram-se todos. Contudo, vejam bem: você marca uma passagem, está prestes a (aliás, você pensa que está prestes) terminar o seu curso, já avisa que só fica até tal dia, no emprego e... BUM! A bomba explode!
De uma hora para outra eu ganho uma (des)orientadora que me abandona, com uma desculpa que até o coelhinho da páscoa desacredita, a coordenação do curso acha de mudar as regras: - Agora você só poderá se formar em março (final do período)! E no emprego... he,he,he... Nesses últimos instantes o capeta riu de mim. Pairou aquela dúvida: será que eu continuaria?
Realmente, até a semana retrasada, eu ficara desmontada, apática e sem forças para nada, porém tudo deu certo!
E lá vamos nós, para o tema do tópico.
Oh, vida dura!
Vida dura? Sim, vida extremamente dura! Imagine o que você fazer um TCC e ter que trabalhar em período integral, chegar em casa o bagaço, ter que pegar Aristóteles com sua "harmonia do todo", depois Platão e "o retorno da alma" e por aí se vão os dois. Certo, eu faço isso, todo santo dia e me questiono, por que meu pai não teve a sorte de acertar os 6 míseros numerozinhos da mega-sena, ou por que minha mãe não foi uma super inventora de um aparelho ultra-mega-powerpuff moderno de processar alimentos e ficou milionária?
A resposta foi imediata: POR QUE A VIDA É DURA, SUA ABIGOBAL!
Certo, ontem assistindo, pela primeira vez, "O diabo veste Prada", teve uma cena que gostei muito, ou pelo menos me fez ver a vida com olhos diferentes, e novamente me questionei: (vivo me questionando sim!)
Porque nos fazemos de vítima cada vez que alguém critica alguma coisa que não façamos corretamente? Sim, nós podemos fazer tudo direito, temos essa capacidade, mas quando erramos, os superiores criticam e são muito rígidos, aí soltamos as lamúrias:
"Porque ela/ele não me elogia. Poxa eu tento fazer tudo certo e ela/ele não vê. Exato! Tenta-se, tenta-se, tenta-se e não passa dessa tentativa eterna!
Ixi, e quantas vezes eu chorei porque um chefe me disse o diabo porque eu errei em algo? Conversa idiota, vocês devem pensar. Mas, é verdade! Fazer, encarar a crueldade e a dureza da vida, talvez seja a saída para o vale de lágrimas que fazemos da vida.
E daí, que ela/ele não te ligou? E daí que o teu orientador te abandonou? E daí que você levou um puta esporro do chefe? Isso acontece e sempre vai acontecer.
Adoro os ditados populares: "Errar é humano, persistir no erro é burrice".
Caros leitores, perdoem-me as tolices, desculpem-me também o tópico torpe, mas era o que eu tinha hoje.
Provavelmente, os próximos tópicos terão coisas mais interessantes para se ler.


Dica do dia:

- Para quem gosta de tango, acessem o disco: Adios Nonino, na www.uol.com.br/radio

Ivna Alba

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Bem solto...

Vontade de ir embora...
Desejo de olhar o mundo lá fora...
Anseio de esquecer a alegria que tive aqui dentro...
Desejo de esquecer que um dia, eu acreditei que dois poderiam ser apenas um.
Oh! Derradeira primavera...

Ivna Alba

domingo, 9 de novembro de 2008

Incognoscíveis

Sim, ultimamente este blogger tem servido mais como uma forma de libertar as palavras que me vêm à mente, mas não em forma de textos novinhos em letras.
Mesmo com o pouco de estrada percorrida, que tenho, observo alguns modos de comportamento humano e me questiono: por quê?
Bem, o homem é uma criatura, que com o passar do tempo, se transforma, cada vez mais, em concha. O silêncio, parece ser a melhor maneira, deste homem se pronunciar, perante algumas situações, como se a forma mais natural de alguém descobrir o que ele pensa, seja através da mudez, da ausência de uma silhueta, que seja, de som, atitudes, ou o que venha ele a fazer.
Sim, é mister que eu compreenda, agora, que eu seja vidente, também, para descobrir, enfim o que se passa na cabeça de todas as pessoas deste mundo, com as quais me relaciono.
E, assim, nós complicamos a vida! Deixamos de aproveitar inúmeras ocasiões de felicidade, ficamos presos, encarceramos nosso desejos, sentidos, sorrisos, tristezas, encerramos no nosso âmago uma porção de emoções que poderiam ser liberadas e eclodir em inúmeros momentos sublimes de um instante ímpar e alegre.
E destarte se vão os anos... se vão os sorrisos... se vai a vida...
Isso é viver?

Ivna Alba

domingo, 2 de novembro de 2008

Ao som do Tom, declaro...

Ele é fantástico, completo, maravilhoso, em todas as partes e em qualquer coisa que faça. Adentrou em minh'alma com força de gigante, resplandeceu terno e puro, tanto quanto constante, em minha vida, de forma que me deixei envolver por inteiro, nele e também em mim.
Amor não avisa quando vai sentar na sua poltrona mais confortável. O amor não vai lhe deixar inconstante, diante da aurora.
Ele vai se aconchegar, do modo mais quieto e intenso. Deixei-me cair, por fim, em tuas mãos, tão apaixonada como nunca, tão irradiante, esperançosa e deslumbrada com o poder que tens de me fazer, nem que seja por uma noite, a mulher mais feliz do mundo.
E se estou sendo tão ligeira em expressar isso, não tenhas medo, meu amor! Apenas escute-me por estas letras tão sorrateiras, que escorregam da ponta de minha caneta, neste papel tão simples, mas carregado de algo tão denso e completo.
Dou-me a ti! Dedico-me por inteiro, sem medos, sem restrições e completamente certa do que diz meu âmago: Que, enfim, amo-te!

Ivna Alba